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quinta-feira, 20 de março de 2014

"Dim Brinquedim, homo ludens: brinquetú, brincamos nós!"


Brinquedos artesanais no Museu Janete Costa
 

O Museu Janete Costa de Arte Popular lança a exposição "Dim Brinquedim, homo ludens: brinquetú, brincamos nós!", com obras dos artistas plásticos Dim Brinquedim, Adalton Lopes e Antônio de Oliveira, no próximo dia 7 de dezembro, sábado, às 15h.

A mostra, que conta com o apoio do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural - INEPAC e do Museu Casa do Pontal, reúne brinquedos, esculturas, telas e objetos tridimensionais produzidos pelo artista cearense Dim Brinquedim, além de peças dos artistas Adalton Lopes, de São Gonçalo, e Antônio de Oliveira, de Minas Gerais, que têm o brinquedo como inspiração.



 
Os brinquedos populares sempre estiveram presentes na vida de Dim Brinquedim, que saiu da infância, da adolescência, entrou na fase adulta e continuou brincando, criando bonecos e jogos infantis. Desde pequeno, sua mãe já o chamava de "Dim faz tudo". Na realidade, Antônio Jader, que hoje tem 45 anos, nunca deixou de criar. Tanto é verdade, que não repete os brinquedos que constrói, os "brinqueDim". Em cada um deles, sempre acrescenta algo de novo, de diferente.

Pai da Risa, uma atriz e escritora de 11 anos, e de Ud, de 7 anos, que também já faz brinquedos, o artista é o idealizador do Museu Brinquedim, em Pindoretama (Ceará), um espaço que recupera, através da arte, uma dimensão fundamental da condição humana: a capacidade de brincar, de jogar e de sorrir. O Museu, localizdo numa casa típica da região, edificada em 1970, em um espaço rodeado de cajueiros e outras espécies nativas, abriga um acervo de centenas de obras, criadas ao longo de 40 anos.

 


De acordo com o curador do Museu Janete Costa, o professor Wallace De Deus, a arte de Dim lembra alguns dos ícones da arte popular fluminense, como Adalton Fernandes Lopes, cuja obra está espalhada em vários museus nacionais. No entanto, seu trabalho não deve ser confundido com uma 'brinquedoteca', como adverte, mas sim como uma 'arte inspirada nos brinquedos e jogos populares'.

O conceito de Homo Ludens foi desenvolvido pelo historiador e filósofo holandês, Johan Huizinga (1872-1945) que, em seu livro clássico de 1938, argumentava que "o jogo está na gênese do pensamento e da descoberta de si mesmo, da possibilidade de experimentar, de criar e de transformar o mundo, onde se apresenta justamente o lúdico". Para ele, a ideia de jogo é central para a civilização e este, conceitualmente, não diverge da brincadeira. Em sua teoria, ao contrário do que muitas pessoas imaginam, "brincar" é coisa muito séria e necessária, além de ser um direito de todos.



 
Adalton Lopes - Bonequeiro autodidata, nascido em 1938, no Barreto, em Niterói, na casa que residiu até sua morte, em 2005, e lhe servia de atelier, Adalton Lopes, antes de se dedicar exclusivamente à cerâmica, foi pescador, soldado da Polícia Militar, motorista e trabalhou na Companhia Costeira do Ministério dos Transportes. Desde criança, modelava com barro cavalos, bois, fazendas em miniatura e outros temas lúdicos por brincadeira, prática que manteve depois de adulto nas horas vagas. Seus trabalhos que retratam principalmente cenas do cotidiano e da infância do bonequeiro, como o vendedor de balões, de pirulitos, amolador de facas, realejo, fotógrafo lambe-lambe, vendedor de galinhas, folia dos reis, o jongo, presépios, procissões, homens soltando balões, entre outros, eram feitos manualmente com o auxílio de poucas ferramentas. Seus bonecos de barro eram queimados num forno a lenha, para dar mais durabilidade à peça, e decorados com cores fortes e vibrantes. A característica mais marcante de suas montagens são os movimentos dos personagens, feito por motor elétrico que movimenta engrenagens, roldanas, arames, alavancas e fazem as figuras se moverem. Participou, em meados de 2001, da mostra Un art populaire, em Paris, promovida pela Fondation Cartier, que adquiriu para seu acervo o trabalho exposto. Na cidade do Rio de Janeiro, suas obras podem ser vistas no Museu do Folclore Edson Carneiro e na Casa do Pontal-Museu de Arte Popular Brasileira.

Antônio de Oliveira - Nascido em 1912, em Belmiro Braga, no interior de Minas Gerais, Antônio de Oliveira começou a esculpir carrinhos de bois e outras peças com apenas 6 anos. Na adolescência, trabalhava consertando móveis durante o dia e esculpindo "bonecos" à noite. Empreendedor, realizou inúmeras atividades antes de dedicar-se prioritariamente à escultura em madeira, tendo inclusive fundado o primeiro cinema de sua cidade natal. Seduzido pela possibilidade de contar histórias com seus conjuntos de esculturas miniaturizadas, Antônio de Oliveira entregou-se com paixão à recriação de cenas reais ou imaginárias, que compunham o que chamava de "meu mundo encantado". Refletiu sobre seu processo de criação, deixando muitas observações escritas e gravadas. Morreu em 1996, na terra natal, sem conseguir realizar o sonho de ver sua produção reunida num museu, na cidade em que viveu e que pretendeu imortalizar nas obras. Atualmente, a maior parte de seu acervo integra a coleção do Museu Casa do Pontal.

A exposição "Dim Brinquedim, homo ludens: brinquetú, brincamos nós!" pode ser visitada até o dia 31 de março de 2014, sempre de terça a domingo, das 10h às 18h. Entrada franca. Aos sábados, serão realizadas oficinas de brinquedo, contação de histórias e visitas mediadas, promovidas pelo setor educativo do Museu. Informações: 2705-3929.


Serviço:

"Dim Brinquedim, homo ludens: brinquetú, brincamos nós!"

Exposição de brinquedos, esculturas, telas e objetos tridimensionais produzidos pelo artista cearense Dim Brinquedim, além de peças dos artistas Adalton Lopes, de São Gonçalo, e Antônio de Oliveira, de Minas Gerais

Abertura: 07 de dezembro (sábado), às 15h
Em cartaz: De 07 de dezembro a 31 de março de 2014
Horário de visitação: De terça a domingo, das 10h às 18h
Entrada franca

Local: Museu Janete Costa de Arte Popular
Endereço: Rua Presidente Domiciano, 178-182, Ingá, Niterói-RJ

Informações: (21) 2705-3929

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